Chuvas: Siga as orientações da SESA para evitar doenças

Chuvas: Siga as orientações da SESA para evitar doenças

As chuvas da sexta-feira (22) e sábado (23) provocaram uma enorme tragédia na região sul capixaba e norte fluminense. Já são 19, as mortes confirmadas no Espírito Santo, 17 em Mimoso do Sul e duas em Apiacá. Nove pessoas morreram no Rio de Janeiro.

O alerta da Secretaria Executiva da Saúde de Alegre (SESA) é que esses números podem aumentar, se alguns cuidados, muitos deles simples, não forem observados e as orientações das autoridades não forem seguidas.

Em Alegre, 535 famílias foram afetadas pelas chuvas. Foram 2.324 pessoas desalojadas e 14 desabrigados. Duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram destruídas, assim como o Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) e o Almoxarifado Central, onde ficavam os insumos farmacêuticos da cidade, avaliados em R$ 3,5 milhões.

Mais de 6 mil metros quadrados de ruas e 22 pontes foram danificadas. Pelo menos 1.300 casas ainda estão em situação de risco, por conta de possibilidades de deslizamentos.

Trabalhos de limpeza foram realizados ao longo de toda a segunda-feira (25). Foto: SCOS.

Para que as estatísticas das chuvas que atingiram a cidade não se tornem ainda mais desoladoras, a Diretora de Vigilância em Saúde de Alegre, Maria do Carmo Costa, a Carminha, passou algumas orientações, que começam por evitar o contato direto com a água das enchentes e alagamentos.

Ela esclarece que águas de enchente são potencialmente poluídas, pois podem ter entrado em contato com esgoto, lixo, produtos químicos e outras impurezas.

Doenças como leptospirose, hepatite A, febre tifoide, diarreia e o tétano podem contaminar mais pessoas, durante este período.

“Por se tratar de uma situação de calamidade, fora do habitual do cotidiano, muita gente desconhece os riscos de ter contato com as águas de enchente. Quem entrou em contato com a água da enchente nos últimos dias, precisa ficar atento e observar se apresenta alguns sintomas como dor de cabeça, febre, dor nos membros inferiores, na panturrilha. Se os sintomas forem constatados, aa pessoa deve procura o médico”, explicou Carminha.

Diretora de Vigilância em Saúde de Alegre passa orientações sobre os riscos à Saúde, por causa das chuvas. Foto: SCOS.

Ela reforça que a água contaminada é o principal meio de transmissão destas doenças, por isso não utilizá-la e não ingeri-la é fundamental.

“Os cuidados devem ser adotados por todos, principalmente por pessoas que moram em áreas com baixo saneamento básico”, alertou Carminha.

Campanha de vacinação

Uma campanha de atualização das vacinas de tétano teve início às 8h desta terça-feira (26), na Praça do Triângulo. A Diretora Carminha reforça que as UBS de Vila do Sul e Misael Barcelos estão fechadas, mas as demais unidades de Saúde também vão oferecer o atendimento.

Atualização das cadernetas de vacinação pode ser feitas nesta terça-feira. Arte: SCOS.

“A princípio, trata-se da atualização da caderneta de vacinas e para evitar o que chamamos de tétano acidental. As pessoas tem perguntado sobre vacina contra a leptospirose, mas ela não existe para uso humano sendo indicada apenas para animais doméstico e de produção”, explicou.

SAIBA MAIS

A Superintendência de Comunicação Social (SCOS) da Prefeitura de Alegre, sob orientação da Diretoria de Vigilância em Saúde, organizou abaixo, as principais orientações que a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (SESA) disponibiliza, para que o cidadãos possam se precaver dessas doenças.

Confira, se informe e busque seguir às orientações que vão te ajudar a preservar a sua vida e de seus familiares.

Quais as principais doenças nesse período?

Ciclo da leptospirose. Arte: Reprodução.
  • Leptospirose: Doença infecciosa grave causada pela bactéria Leptospira, eliminada principalmente pela urina dos ratos. A transmissão acontece por meio de contato com água ou lama contaminada. Os sintomas são febre, dor de cabeça, dor na panturrilha, fraqueza, sangramentos na pele e mucosa e insuficiência renal.
  • Diarreia: Pode ser causada por vírus ou bactérias. Ingestão de água ou alimentos contaminados são os maiores vilões. Fezes moles, aumento do número de evacuações, dor de barriga, vômito, náuseas e febre podem indicar a doença.
  • Febre tifoide: causada por bactéria e está relacionada a condições ruins de saneamento básico e higiene pessoal. É transmitida por meio de água e alimentos contaminados com fezes e urina de pessoas com a doença. Febre alta, dor de cabeça, mal-estar, falta de apetite, intestino preso ou diarreia estão entre os principais sintomas.
  • Hepatite A: é uma doença que atinge o fígado, transmitida por meio de água ou alimentos contaminados. São sintomas da hepatite A: perda de apetite, febre, dores de cabeça, dor abdominal, mucosas e pele com cor amarelada e fezes brancas.
Medidas de prevenção
Voluntários doam água mineral nas áreas mais atingidas. Foto: Comitê de Urgência/ PMA.
  • Não jogar lixo ou objetos nos rios. Isso represa as águas, e com a chuva pode causar enchentes;
  • Evite contato com água e lama de enchentes e impeça que as crianças nadem ou brinquem nesses ambientes;
  • Evitar contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;
  • Colocar o lixo em sacos plásticos e em recipientes tampados, para evitar a proliferação de ratos e deixar para coleta pouco antes de o lixeiro passar;
  • Todo alimento exposto à água contaminada deve ser jogado fora;
  • Ferver e filtrar a água de beber;
  • Manter os quintais sempre limpos, evitando acumular entulhos que favoreçam o esconderijo de ratos;
  • Guardar os alimentos em lugares secos e dentro de recipientes fechados;
  • Colocar telas nos ralos para evitar o acesso de roedores;
  • Solicitar água da empresa distribuidora de água no caso de desabastecimento.
Limpeza em caso de alagamento
  • Cuidados com a água para o uso doméstico: Nos alagamentos, o sistema doméstico de armazenamento de água pode ser contaminado, sendo necessária sua desinfecção.
Foto: Comitê de Urgência/PMA.
  • A limpeza dos reservatórios é necessária, mesmo quando os mesmos não são atingidos diretamente pela água da enchente.
Para limpar e desinfetar o reservatório (caixa d’água)
  • Esvaziar a caixa d’água completamente e lavá-la, esfregando bem as paredes e o fundo. Retire toda a sujeira, utilizando pá, balde e panos. Não esquecer que se deve usar botas de borracha e luvas nesta atividade;
  • Após concluída a limpeza, colocar 1 litro de água sanitária para cada 1 mil litros de água do reservatório;
  • Abrir a entrada para encher a caixa com água limpa;
  • Após 30 minutos, abrir as torneiras por alguns segundos, com vistas à entrada da água com solução na tubulação doméstica;
  • Aguardar 4 horas para a desinfecção do reservatório e canalizações;
  • Abrir as torneiras, podendo aproveitar a água para limpeza em geral de chão e paredes.
Cuidados na limpeza da lama residual
  • A lama dos alagamentos tem alto poder infectante e, nestas ocasiões, fica aderida aos móveis, paredes e chão.
Foto: Comitê de Urgência/PMA
  • Recomenda-se então retirar essa lama (sempre se protegendo com luvas e botas de borracha) e lavar o local, desinfetando-o a seguir com uma solução de água sanitária na seguinte proporção: para um balde de 20 litros de água, adicionar quatro xícaras de café (copinhos de 50 ml) de água sanitária.
Cuidados com os alimentos

É essencial a atenção aos alimentos que entraram em contato com as águas de alagamento, pois poderão ser contaminados. O ideal como prevenção é armazená-los em locais elevados, acima do nível das águas.

Se isto não foi possível, recomenda-se:

Foto: Comitê de Urgência/PMA.
  • Manter os alimentos devidamente acondicionados, fora do alcance de roedores, insetos ou outros animais;
  • Lavar frequentemente as mãos com água tratada antes de manipular os alimentos;
  • Frutas em geral, verduras, legumes, arroz, feijão, soja, ervilha, entre outros, devem ser inutilizados, pois sofrem transformações quando em contato com a água de enchente;
  • Carnes, peixes, leite, ovos, pão, açúcar, café, manteiga, também devem ser inutilizados, pois se contaminam facilmente pelas águas, além da natureza de suas embalagens, que geralmente são de plástico ou papel; portanto, é perigosa qualquer tentativa de aproveitamento dos mesmos.
  • Linguiça, mortadela, queijos, e derivados, deverão ser também inutilizados após o contato com a água, pois sua contaminação é total devido ao tipo de embalagem, geralmente de plástico ou papel;
  • As latas que estiverem amassadas, enferrujadas ou semiabertas deverão ser inutilizadas, porém, as que permanecerem em bom estado e onde se tem certeza de que não houve contato da água com os alimentos nelas contidos, poderão ser lavadas com uma solução de água sanitária na proporção de 1/100, preparada do seguinte modo: 1 litro de água sanitária para 100 litros de água, ou ½ litro de água sanitária para 50 litros de água, ou ¼ litro de água sanitária para 25 litros de água.

Fonte: Governo do Estado do Espírito Santo.

Defesa Civil Municipal
  • Telefone: (28) 99929-4707 ou (28) 3300-0100, opção 2.
  • Whatsapp do Comitê de Urgência da PMA: (28) 3300-0100.

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