Chuvas: Semana começa sem aulas e com muito trabalho

Chuvas: Semana começa sem aulas e com muito trabalho

Escolas fechadas e aulas suspensas. Imóveis, pontes e acessos destruídos, problemas de abastecimento de água, muita lama nas ruas e uma população unida em solidariedade e disposição.

Foi assim que começou esta segunda-feira (25) de sol entre muitas nuvens em Alegre.

As chuvas intensas do último fim de semana, na Região Sul do Espírito Santo já contabilizam 19 mortos, segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec).

Foram 17 registros em Mimoso do Sul e dois em Apiacá. Seis pessoas estão desaparecidas.

Alegre é uma das cidades que tentam se refazer dos efeitos trágicos das poéticas “Águas de Março”, que despojaram 535 famílias e atingiram 2.534 pessoas.

Foto: Comitê de Urgência/PMA.

“As marcas da destruição ainda estão visíveis e não será do dia para noite que a vida do alegrense retornará à normalidade”, reconhece o prefeito da cidade Nirrô Emerick.

Aulas suspensas e algumas escolas fechadas

A Secretaria Executiva de Educação (SEED), informou que as aulas estão suspensas a partir desta segunda-feira (25) em cinco escolas municipais:

  • CEMEI Carmem Pinto Nogueira da Gama, na Vila do Sul.
  • EMEIF Domingos Bravo Reinoso, na Vila do Sul.
  • CEMEI Vanor do Nascimento, em Rive.
  • EMFA George Abreu Rangel, na Zona Rural.
  • EMUEF Guido Mauri, na Zona Rural (Zona Rural)
Escola afetada pelo temporal, no bairro Vila do Sul. Foto: SCOS.

Segundo o Secretário Executivo de Educação, Vanderson Valadares, essa medida foi adotada para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos e profissionais da Educação.

“Ressaltamos que as demais unidades escolares continuarão operando normalmente. As aulas serão retomadas assim que cada um dos casos de recuperação das unidades for resolvido”, informou.

Foto: Comitê de Urgência/PMA.
Ensino Superior

Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre (Fafia), as aulas ficam suspensa durante toda esta semana.

A Fafia fica localizada numa parte mais elevada da cidade. Embora não tenha acontecido problemas relacionados à chuva em si, como alagamento, infiltrações ou danos na estrutura do prédio, a diretoria da instituição optou pela suspensão.

A razão pela qual não haverá aulas ao longo desta semana, pode ser traduzida por empatia, segundo o Diretor da Fafia, Cássio Frauches.

A Fafia fica numa parte alta da cidade e não teve danos por causa do último temporal. Foto: FAFIA.

“Fizemos um mapeamento através de formulário e alguns alunos e professores tiveram casas atingidas. Muitos alunos dos distritos e municípios vizinhos estão com dificuldade por conta da condição das estradas. Todos somos atingidos, de certa forma, quando nosso familiares e amigos têm perdas”, explicou Frauches.

O retorno das aulas ainda vai ser definido. Ainda segundo o diretor, a instituição conta com um programa do curso de Psicologia, que realiza acompanhamentos de forma gratuita para a comunidade.

A ideia, segundo Frauches é ampliar essa importante ferramenta de Saúde Mental para os alunos que tiveram perdas com as chuvas seus familiares ou quem precisar de um auxílio nas emoções, depois de ter vivenciado uma tragédia assim.

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) suspendeu as atividades acadêmicas e administrativas do campus de Alegre, durante toda a segunda-feira (25).

foto de prédios brancos e telhado cinza permeados de áreas verdes, área urbana  ao fundo.
Vista aérea do Campus da Ufes, em Alegre. Foto: UFES.

A Ufes confirmou que a suspensão vai durar até sexta-feira (28). Já o expediente administrativo e o restaurante universitário de Alegre retomam as atividades normalmente, nesta terça-feira (26).

Por meio de nota, a UFES informa que um levantamento inicial, realizado pela administração constatou prejuízos aos plantios do setor agrícola na Área Experimental de Rive.

“Também estão sendo levantadas perdas que tenham sido causadas a estudantes e servidores, para analisar a melhor forma de repará-las”, explicou a nota.

O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), suspendeu as aulas, mas mantém os serviços administrativos no campus, inclusive para receber doações.

Unidades de Saúde destruídas

Devido aos danos provocados pelas chuvas, duas unidades de Saúde não apresentam condições de funcionar, em Alegre. As Unidades Básicas de Saúde da Vila do Sul e da Rua Mizael Barcelos, ficaram destruídas e os funcionários estão ajudando na limpeza.

A UBS da Vila do Sul ficou destruída. Foto: Comitê de Urgência/PMA.

Além disso, o local onde funciona o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) também foi tomado pela água.

O mesmo aconteceu com o Almoxarifado Central onde se armazenava os insumos da Saúde Municipal, o que representa um prejuízo de aproximadamente R$ 8 milhões.

O Secretário Executivo de Saúde, Emerson ”Mosca” Alves, informa que os atendimentos desses locais foram direcionados para as demais unidades de Saúde.

Foto: Comitê de Urgência/PMA.

A Prefeitura de Alegre avalia a possibilidade de transferir os atendimentos dessas UBS para outro imóvel nas imediações, para que as pessoas do local consigam atendimento perto de suas casas.

Mobilidade ainda pode estar comprometida

Uma interdição na BR-482, nos km 35 e 42, entre Alegre e Guaçuí foi divulgada pela Defesa Civil, no Boletim Extraordinário, divulgado no fim da tarde de domingo (24).

No restante da cidade, onde pelo menos 14 pontes foram destruídas e muitos quilômetros de estradas danificados, alguns pontos ainda requerem cuidado e atenção de quem transita.

Foto: Comitê de Urgência/PMA.

Regiões como Roseira e Lagoa Seca, além de trechos da Rodovia ES-387, que liga Alegre a Santa Luzia, em Muqui, estão entre as vias danificadas pelas chuvas.

A ponte que liga a Rua Orozimbo Lima à Rua Mizael Barcelos, próximo ao Mini Mercado Triângulo (Ary de Oliveira) está interditada.

Ponte interditada. Comitê de Urgência/PMA.

Engenheiros avaliaram um possível dano na estrutura, que será melhor avaliado quando as condições do tempo e o volume de água permitirem.

A Defesa Civil divulgou um relatório em que aponta riscos moderado de deslizamentos, que pode afetar mais de 1.300 casas.

O Superintendente da Defesa Civil em Alegre, Carlos “Japonês” Lemos, disse que o risco é moderado, mas os efeitos que um deslizamento pode provocar podem adquirir contornos de tragédia.

“O ideal é que as pessoas não subestimem o poder da natureza e sigam as orientações das autoridades, para que situações como a que estamos atravessando não se tornem ainda mais dramáticas”, orientou.

Bancos e órgão públicos funcionam normalmente

Apesar dos problemas que a população de Alegre ainda enfrenta por causa das chuvas, as agências bancárias, correios e demais órgãos públicos, que funcionam na cidade, não divulgaram oficialmente nenhuma alteração nos horários de funcionamento.

Defesa Civil Municipal
  • Telefone: (28) 99929-4707 ou (28) 3300-0100, opção 2.
  • Whatsapp: (28) 3300-0100
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