A Feira da Agricultura Familiar é tradicional em Alegre. São quatro décadas fortalecendo uma das vocações mais significativas da cidade.
Até esta sexta-feira (8), a Feira da Agricultura Familiar será realizada na Rua Major Quintino, ao lado do Pronto-Atendimento Municipal.
A partir da próxima semana, passa a funcionar na Rua Oscar de Almeida Gama – Centro, Alegre (próximo ao INSS), até que as obras de cobertura do espaço, que devem durar oito meses, a partir da assinatura da Ordem de Serviço, sejam concluídas.
O contrato é estimado em mais de R$ 2,5 milhões, provenientes de recursos de Emenda Parlamentar, direcionados pela ex-deputada Federal, Soraya Manato, que totalizam quase R$ 19 milhões.
Atualmente, a feira funciona todas as terças-feiras e sextas-feiras, a partir das 16h e conta com a participação de quase 50 produtores rurais, movimentando aproximadamente R$ 50 mil mensais.
As obras terão início ainda este mês, segundo a Secretaria Executiva de Obras, Saneamento e Serviços Urbanos (SEOSU), mas os feirantes já realizarão a feira da semana que vem, no local provisório.
Planos de Desenvolvimento e Inovação
Com a cobertura, além do conforto para os frequentadores e maior comodidade para os 50 produtores rurais da cidade, aptos a venderem seus produtos diretamente para o consumidor, a expectativa da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SEDER) é ampliar as ações de desenvolvimento, empreendedorismo e Inovação. Outras importantes vocações da cidade.
A agricultora familiar, produtora, empreendedora e feirante Josianne de Abreu Machado Silva (38), é da comunidade de Feliz Lembrança.
Ela trabalha na Feira da cidade há aproximadamente oito anos. A cobertura da feira tem muito significado para ela, para os demais produtores que trabalham no local e para quem frequenta o local, onde ode encontrar produtos saudáveis, do campo, diretamente para o consumidor.
“É um sonho prestes a se realizar, em nome de Jesus Cristo! Pois ajudará a todos os produtores, pois quando sol, as verduras murcham, e, quando chove dá pouco consumidor e aí, vendemos menos. Será importantíssimo a cobertura da feira”, profetizou.
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Ela também falou da importância do apoio da SEDER, aos agricultores da cidade, em muitos aspectos, que vão da capacitação à formalização das atividade, permitindo a modernização da produção e das formas e canais de venda.
Desde 2019, servidores da Prefeitura de Alegre contam com o tíquete-feira, um cartão ou aplicativo, por meio do qual os servidores só podem comprar diretamente dos produtores.
“A parceria com SEDER e produtores é muito importante pois eles nos auxiliam em diversas coisas, como nota fiscal, nas assembleias da nossa associação de feirantes. Hoje, a gente consegue vender pela internet e participa do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), onde a Prefeitura compra nossa produção. Não podia esquecer de enfatizar o tíquete feira. Com ele nossas vendas aumentaram e, também é muito importante pra nós. Pois podemos produzir mais. E, assim garantir mais qualidade de vida para nossas famílias”, agradeceu.
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“O Desenvolvimento pode e deve ser Rural”
A Diretora Administrativa de Desenvolvimento Rural, Maria Aparecida Fernandes, explica que as secretarias do município atuam juntas para organizar a feira, capacitar os produtores rurais e auxiliar os empreendedores que fazem parte do regulamento, ser produtor rural da Agricultura Familiar, com propriedade em Alegre.
Essa proposta trabalhada pela Administração Municipal, junto às famílias que vivem nos Distritos Rurais, reflete uma série de preocupações com o desenvolvimento e modernização, conceitos que costumam ser associados aos aspectos do desenvolvimento urbano.
Os produtores auxiliados pela SEDER trabalham com produtos agroecológicos, que são livres de agrotóxicos e têm origem em agricultura familiar. Esse produtos conservam a amplia a biodiversidade das espécies e variedades de plantas da região.
Saúde Alimentar é só uma das vantagens
Para se pensar no Desenvolvimento Socioeconômico no Meio Rural, é necessário aumentar a participação dos jovens e mulheres nas atividades do campo, aumentar a participação dos agricultores familiares nas atividades comerciais da cidade, estimular as lideranças a se organizarem são prioridades de gestão, segundo o prefeito Nirrô Emerick pontua.
“Por um longo tempo, foi dada pouca atenção e valorização aos pequenos produtores rurais. O êxodo Rural é uma realidade que acarreta uma série de consequências sociais, que percebemos menos em Alegre do que em outras cidades da região. Com pouco lazer no meio rural e pouco incentivo para manter os jovens no campo, reforçar os potenciais agrícolas da cidade. Dar atenção e valorizar às nossas raízes, fazem parte da consolidação de nossa visão para o futuro de Alegre”, considerou.
Desenvolvimento Sustentável e integrado
A cidade conta com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Alegre (CMDRS) é composto por 24 membros.
Metade dos representantes é do Poder Público e a outra metade por representantes dos agricultores familiares.
Os produtores da cidade também contam com ações do próprio Incaper, Sebrae, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), para qualificarem o produtor e torná-lo competitivo e economicamente longevo com sua atividade agrícola familiar
“Para isso, esse conjunto de ações e parceiros atuam desde a assistência técnica individual à cursos na área de gestão e produção, assim como o incentivo ao uso de novas técnicas, informações sobre novos cultivos, orientação para a melhoria da qualidade dos produtos e a inclusão dos produtores e seus produtos nos concursos de qualidade, mostras, feiras”, concluiu o prefeito.
Tendências e projeções da agricultura em Alegre
O relatório do Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Proater), instrumento de gestão das ações que o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de 2020 a 2023, apontou que Alegre possui 1.744 localidades de produção na Agricultura Familiar.
Ainda segundo o estudo do Incaper, em Alegre há a predominância econômica, entre os agricultores, de atividades como café, pecuária de corte e leite.
No entanto, o estudo aponta uma diversificação cultural em crescimento, com atividades potenciais emergentes, como banana, laranja, maracujá, manga, abacaxi, acerola, graviola, goiaba, cacau e cajá), do palmito (pupunha, açaí e real) e da madeira (eucalipto, mogno africano e cedro australiano).
O café arábica corresponde a 60,63% das lavouras permanentes do município, (enquanto que o café conilon responde por 34,87%).
O estudo diz que, apesar do café ser uma das atividades de maior expressão econômica, ele ainda apresenta um baixo nível de rendimento e uma baixa produtividade por área, isso ocorre em função do manejo de produção adotado.
Por outro lado, o estudo também menciona iniciativas que têm dado certo para alguns produtores, dedicados à produção de cafés especiais.
O município apresenta 54 agroindústrias de pequeno porte. Os principais produtos processados são de panificação, derivados de leite, doces, pó de café e polpa de frutas.
É importante ressaltar que são estas a agroindústrias já formalizadas em todos os requisitos.
Feira da Agricultura Familiar de Alegre
- Quando: Terças-feiras e sextas-feiras
- Horário: A partir das 16h.
- Endereço: Rua Oscar de Almeida Gama – Centro, Alegre (próximo ao INSS).
Mais informações
- Produtores rurais podem entrar em contato com a Secretaria Executiva de Desenvolvimento Rural (SEDER), pelo telefone: (28) 3300-0104.
- Endereço: Rua Prefeito Antônio Lemos Júnior, s/n – Cibrazem, Alegre – ES, 29500-000