O Dia Nacional do Combate às Drogas e ao Alcoolismo é lembrado em 20 de fevereiro. O objetivo da data é esclarecer a população sobre os prejuízos que o consumo de bebidas alcoólicas e de substâncias psicoativas provoca no indivíduo e como o uso abusivo dessas substâncias afeta a sociedade.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS), em 2021, registrou mais de 400 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool.
A maior parte dos pacientes é do sexo masculino com idade de 25 a 29 anos.
No Espírito Santo, no mesmo ano, quase 1.300 atendimentos relacionados à demanda específica de transtornos relacionados ao uso de álcool e outras drogas foram realizados nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial.
Os indicadores do Programa Estadual sobre Drogas apontam quase 60 mil atendimentos são realizados por ano.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mostra que cerca de 284 milhões de pessoas — na faixa etária entre 15 e64 anos — usaram drogas em 2020. O número representa 26% a mais do que dez anos antes.
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Número de atendimentos por substância, no Brasil
De acordo com o SUS, entre os atendimentos realizados, o uso abusivo do álcool foi o mais recorrente, chegando a 159,6 mil, em todos os níveis de atenção, no ano passado, e 125 mil em 2020.
Em seguida, vêm os transtornos mentais e comportamentais por uso de cocaína (31,9 mil) e fumo (18,8 mil).
Opiáceos, canabióides, sedativos e hipnóticos, alucinógenos, solventes voláteis e estimulantes (incluindo a cafeína) também fazem parte do levantamento, com números menores de registros.
Por fim, o uso de múltiplas drogas e de outras substâncias psicoativas não listadas individualmente somam 151,3 mil atendimentos.
ES tem o maior número de mortes do País por causa do álcool
O Espírito Santo é o Estado com mais mortes em decorrência de bebida alcóolica no Brasil, segundo estudo publicado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), com dados do Datasus e do Ministério da Saúde.
Os capixabas dividem a primeira colocação com Sergipe, com uma taxa de 37,9 óbitos atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes. Número acima do índice nacional, que está em 31,5.
As principais vítimas são os homens, com 77% do total das mortes. Deste total, 51% são pessoas com 55 anos ou mais.
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Entre as causas dos óbitos por ingestão de álcool no ES estão como principais os acidentes de trânsito (16,7%), seguido de cirrose hepática (15,9%), violência interpessoal (13,4%), além de transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso (13%).
Além disso, estudos realizados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que o consumo de bebidas alcoólicas aumenta consideravelmente o risco de desenvolver diversos tipos de câncer, incluindo boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino (cólon e reto) e mama.
Importante ressaltar que não há um nível seguro de ingestão de álcool para prevenir essas doenças.
Alegre oferece tratamento gratuito
Especialistas em Atenção à Saúde Mental que atuam no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Alegre, assinalaram a importância da reflexão sobre a Dependência Química e do planejamento de medidas de prevenção, em participação no Programa “Alegre em Ação“, da última quinta (14).
O CAPS Alegre oferece apoio aos pacientes e suporte aos familiares com médicos psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e equipe de enfermagem, entre outros profissionais.
A equipe destacou que as atividades podem ser coletivas, como grupos de usuários e familiares, ou individuais.
Elas ressaltaram que o atendimento no CAPS ocorre por demanda espontânea.
Isso significa que o comparecimento do paciente deve ser feito direto nos centros, por meio de encaminhamento da Rede de Saúde ou por órgão de Assistência Social, Educação e determinações da Justiça.
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Como é feito o diagnóstico?
Para diagnosticar e tratar a doença pelo SUS, a Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada para o cuidado.
O diagnóstico e a gravidade do transtorno por dependência são avaliados dentro de quatro categorias, que incluem: Controle Prejudicado quanto ao uso (uso contínuo apesar do desejo de parar); Prejuízo Social (descumprimento de obrigações relativas ao seu papel no trabalho, na escola ou em casa); Exposição ao Fator de Risco (direção de automóvel sob uso de substância, por exemplo) e Sintomas Farmacológicos (abstinência, por exemplo).
Direcionamento para especialistas
Preferencialmente, o paciente será direcionado para um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD).
Se estabelecimentos desse tipo não estiverem disponíveis, ele deverá ser referenciado para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que trata outros transtornos mentais além da Dependência Química, ou CAPS IJ (voltado para adolescentes) – a depender da idade.
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O que é exatamente a Dependência Química?
A Dependência Química é definida pela 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância.
A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (como o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.
Existe uma causa específica para a doença?
Trata-se de uma questão complexa e multifatorial. A dependência a uma ou mais substâncias costuma estar associada a uma somatória de diferentes fatores de riscos com fatores biológicos, comportamentais e biopsicossociais.
Ou seja, pode ter influência desde genética até do meio externo.
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O tratamento é mesmo gratuito?
O CAPS especializados em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, oferecem atendimento a todas faixas etárias.
São serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituídos por equipe multiprofissional e que atuam sob a ótica interdisciplinar, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial.
A Política Nacional sobre Drogas e a Política Nacional de Saúde Mental reforçam a importância da prevenção, do tratamento, do acolhimento, da recuperação e reinserção social.
Elas buscam garantir o direito à assistência intersetorial, interdisciplinar e transversal para as pessoas com problemas decorrentes do uso indevido ou da dependência do álcool e de outras drogas, nos diferentes níveis de complexidade, com incentivo à promoção da abstinência.
Serviço: Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
- Endereço : Avenida Dr. Olívio Correa Pedrosa, s/n, ao lado da Creche Aquarela.
- Funcionamento: Segunda-feira a quinta-feira de 7h às 11h e de 13h às 17h. e na sexta-feira de 7h às 11h e de 13h às 16h.
- Informações: No caso de dúvidas relativas às particularidades sobre este serviço, entrar em contato com a Secretaria Executiva de Saúde.