Oferecer uma alimentação saudável, atrativa e de qualidade para as mais de 2.500 crianças matriculadas na rede municipal tem sido uma das prioridades da Prefeitura de Alegre.
Como parte deste plano, 18 colaboradoras que atuam como merendeiras nas escolas da cidade e suas auxiliares, participaram de um encontro, nesta quarta-feira (31), realizado pela Secretaria Executiva e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMADS), por meio da Diretoria de Desenvolvimento Sustentável, para promover e ampliar a cultura da alimentação saudável e da sustentabilidade.
No evento, foram discutidos alguns conceitos da alimentação saudável, o papel da família, dos professores e dos pedagogos na qualidade da alimentação, assim como formas sustentáveis de aproveitar os recursos destinados à alimentação das crianças em idade escolar.
Além das profissionais que preparam diariamente a comida dos alunos da rede municipal de Ensino e das nutricionistas da Coordenação Nutricional da Secretaria Executiva de Educação – SEED, participou também a Consultora do Sebrae-ES em Alegre, Luciana Schaeffer e a Diretora de Desenvolvimento Sustentável e Coordenadora da Sala do Empreendedor de Alegre, Rayane Queiróz Barbosa.
Rayane explica que a ideia de reunir as merendeiras para uma capacitação tem a ver com o aspecto da saúde alimentar, mas também engloba outros fatores importantes para a qualidade de vida da população.
“Alegre é uma cidade onde 100% dos produtos agrícolas utilizados nas escolas é proveniente da agricultura familiar. Isso tem um impacto em toda a economia local. Quando pensamos na capacitação das colaboradoras, percebemos que através da promoção de uma cultura da alimentação saudável, livre do açúcar ou alimento ultraprocessados, também abrimos portas para o desenvolvimento das nossas vocações como cidade”, comentou.
Esforços Integrados, resultados coletivos
A consultora do Sebrae-ES em Alegre, esclareceu que presta consultorias para todos os segmentos da economia local, por meio de um convênio com a Prefeitura. Ela destacou a importância de unir esforços entre diversos campos.
“A alimentação saudável dos alunos depende de uma série de fatores. É muito importante que o Poder Público, empresários, empreendedores, universidades e produtores rurais, de pequeno e grande porte, possam atuar juntos na promoção do desenvolvimento. Para isso, oferecemos um apoio amplo para que todos os agentes da economia local possam agir de forma integrada”, disse.
A Nutricionista da Coordenação Nutricional da Secretaria Executiva de Educação – SEED, Larissa Lupin, destacou no encontro o papel do Conselho de Alimentação Escolar – CAE na garantia do equilíbrio nutricional dos alunos. Ela falou da importância da elaboração de um cardápio escolar com itens produzidos na cidade.
“Isso possibilita a orientação profissional quanto aos alimentos que serão servidos. Além do mais, trata-se de um mecanismo de fiscalização, que oferece controle em relação aos gastos e na manutenção da qualidade. Isso ajuda as profissionais que atuam no dia a dia a se planejarem, para que não falte nenhum nutriente importante no cardápio”, explicou.
A merendeira Lucineia de Souza Betesti, tem 56 anos e atua, há pelo menos 25, como funcionária pública, cuidando da alimentação das crianças.
Atualmente, ela presta serviço na CIEC Jaci Kobbi Rodrigues e tem a responsabilidade de alimentar 300 crianças por dia. Ela acredita que quanto mais setores se responsabilizarem pela alimentação saudável, mais fácil será a adaptação e aceitação das crianças.
“Todos nós, que trabalhamos com as crianças, e isso deve incluir os professores e os diretores, devemos nos envolver, para que as crianças possam entender a importância da alimentação saudável. O saudável nem sempre é muito atrativo, principalmente quando a criança não traz esse aprendizado de casa”, comentou.
A merendeira Edivane Moreira Rodrigues, 55, participou do encontro. Ela trabalha CMEI Maria Bittencourt da Rosa, em Celina. Ela destacou que existem particularidades que diferenciam alunos da zona rural e das áreas urbanas, quando o assunto é alimentação.
“As crianças de zonas rurais oferecem menor resistência ao que é oferecido. Já as crianças de áreas urbanas, por terem mais acesso a alimentos industrializados, costumam reclamar da merenda. Mas a gente sabe que às vezes, a única possibilidade saudável de comida, é a que oferecida pela escola”, destacou.